Ao longo da história, as cartas sempre exerceram um fascínio sobre as pessoas; desde a antiguidade, elas têm sido usadas como ferramentas divinatórias, capazes de revelar segredos, desvendar o futuro e oferecer orientações espirituais; mas as cartas foram os primeiros meios de comunicação entre as pessoas. O meu fascínio por cartas vem desde mim criança, quando meu pai era um grande escrevente de cartas. Escrevia para os amigos, para a família, para políticos. Quando ele se sentia solitário, ou triste, ou desanimado escrever era a sua ocupação. E escrever cartas foi a sua terapia.
Foi na Europa medieval que as cartas ganharam popularidade e se tornaram um meio difundido na literatura.
A origem de pombos-correios é remotíssima, e as primeiras referências que se tem conhecimento remontam à quinta dinastia egípcia cerca de 3.000 anos antes de nossa era. Eles foram utilizados durante a primeira e a segunda guerra mundial para enviar mensagens, como um recurso alternativo de comunicação. Documentos da época mostram caminhões, que serviam como pombais móveis.
Fiquei encantada ao deparar-me com três livros sobre cartas: dois de autoria do padre Fábio de Melo e do Gabriel Chalita intitulado Cartas entre amigos; o outro do padre Fábio de Melo intitulado Tempo de Espera; o terceiro é de autoria da escritora Glorinha Mameluque intitulado Cartas. São livros muito interessantes! Todos nós devemos lê-los.
O livro Cartas da escritora Glorinha Mameluque foram cartas recebidas de seu filho Leopoldo, enquanto morava fora de casa; e, ela colecionou todas aquelas cartas para nos 50 anos dele presenteá-lo. Que capricho! Que desvelo! Que cuidado! Que belas recordações de um passado distante.
E Glorinha enriquece o livro com sua riqueza literária com passagens de seus amigos da literatura, como esse aqui de José Saramago:” Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudarmos nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso recordam-se? Foi apenas um empréstimo!”
Conheço uma composição de Erasmo Carlos e Renato Russo, que é uma carta sob forma de música:
Escrevo-te estas mal traçadas linhas meu amor
Porque veio a saudade visitar meu coração
Espero que desculpes os meus erros, por favor
Nas frases dessa carta que é uma prova de afeição
Talvez tu nem a leias................
Tanto tempo faz que eu li no teu olhar
A vida cor-de-rosa que eu sonhava
E guardo a impressão de que já vi passar
Um ano sem te ver, um ano sem te amar.
Ao me apaixonar por ti, não reparei
Que tu tiveste só entusiasmo
E para terminar, amor assinarei
Do sempre, sempre teu Erasmo.
O Ministério das Comunicações celebra 361 anos do Correio e o Dia do Carteiro, originados em 1663 no RJ como Correio-Mor. Os Correios evoluíram ao longo dos anos, culminando na criação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em 1969 como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações.