Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

Bodas de Ouro (parte II)

Publicado em 28/09/2023 às 20:29.
 (Pexels)

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Nesses cinquenta anos, passamos pelo crisol de Deus para aprendermos o verdadeiro significado do amor. Há diferença entre gostar e amar. Quem gosta de laranja a reduz a bagaços, quem gosta de cigarro o reduz a cinzas. Quem ama quer ver a realização pessoal da pessoa amada, quer vê-la alcançar seus projetos e ideais. E amar assim só com o auxílio e orientação divinas, pois os seres humanos somos muito limitados, mesmo para amar. E eu amei! E eu amo! Meu esposo fala em alto e bom som que o nosso casamento foi amparado por mim. Creio que foi amparado por Deus.

Desejo falar de uma outra grande bênção desses cinquenta anos de casamento. Casamos dentro dos paradigmas das famílias tradicionais: de branco, com véu, grinalda, na pureza e singeleza das moças virgens. Não foi fácil chegar assim diante do celebrante até ouvir o “eu os declaro marido e mulher” para amarem na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na fartura e na escassez. Prometem? Acredita que eu prometi que sim? E estou amando na doença. Meu marido está frágil, com visão parcial, com dificuldade de locomoção, mas estou com ele, conduzindo-o daqui e ali como prometi há cinquenta anos.

E eu o faço com muito carinho e desvelo. Ele foi e é um excelente pai, de passear com os filhos, levá-los e trazê-los da escola, soltar pipas, me ajudar a confeccionar material para experimentações em sala de aula e fazer-se presente em tudo quanto estivessem envolvidos. Certa ocasião, ele confeccionou um apetrecho com instalação elétrica para mostrar o eclipse solar e este material circulou em toda a escola. Sempre me valorizou como mãe, como esposa e como profissional. Gosta de presentear e quando não tem o presente, não passa uma data sem que ele dê um abraço e felicite pelo dia.

Há algo que não prometi, mas que hoje, após cinquenta anos, eu conservei, a pureza. Recebi nesse interim propostas maliciosas, até de “amigos” dele, olhares insinuantes, conversas sem decoro, sugestões para passeios, reuniões, festas, tudo na presença dele, mas não me alcançaram aquelas estratégias mordazes e hoje, se fosse para passar pelos paradigmas tradicionais de família, eu poderia pela graça de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo encontrá-lo no altar vestindo branco outra vez. 

Nunca gostou de viagens! O seu conceito de viagem é que o carro bate, o ônibus vira, o avião cai e o nosso navio afunda. Meu Deus quanto pessimismo! As únicas pequenas viagens que ele empreendeu foi para pescar no Rio Verde. Ali ele permanecia um fim-início de semana. E pescava!!! Quando ele deixou de pescar foi difícil assimilar os peixes vendidos no mercado.

Apesar de não apreciar viagens, ele nunca nos impediu de viajar. Ele até custeava quantas viagens estiveram ao seu alcance. Para comemorar nossas Bodas de Ouro, fui à Curitiba numa excursão fenomenal com o Serviço Social do Comércio (Sesc) de Montes Claros. Chegamos até Caiobá, duas horas de Curitiba, onde desfrutei da praia e do aparato de hospedagem do Sesc de Caiobá.

Somos pessoas cristãs. Gostamos muito da oração do Credo, que diz que “Jesus há de vir para julgar os vivos e os mortos”. E buscamos no dia-a-dia a preparação para, nesse julgamento, sairmos impunes para vivermos com ele eternamente nesta Terra renovada e purificada de toda maldade, onde reinarão o amor, a paz e a tranquilidade.

Amo você marido meu!

“Se chorei ou se sorri o importante é que emoções estamos vivenciando”.

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