Terezinha Camposterezinhaorquidea@gmail.com

A literatura também brota da terra

10/06/2022 às 07:30.
Atualizado em 10/06/2022 às 09:35

Em 25 de maio é comemorado anualmente o Dia do Trabalhador Rural. A data homenageia todas as pessoas que trabalham na zona rural, campos e fazendas, como lavradores, agricultores e cuidadores de animais. A Emater promove a revitalização da lavoura em seus diversos aspectos. O empregado rural é a pessoa que trabalha com relação de emprego na área campesina, em uma fazenda como administrador. 

O trabalho rural é importante no Brasil e ainda pouco compreendido. Com regras próprias e diferenciadas das regras das atividades dos trabalhadores urbanos, se faz importante conhecermos melhor sobre a situação do trabalhador rural.

Os cantores Leo Canhoto e Robertinho cantaram uma música, que foi na época o grande sucesso nas paradas musicais, homenageando o trabalhador do campo, chamando-os de “soldado sem farda, que derrama o suor com suas próprias mãos, soldado sem farda que luta no campo com frio ou calor, isto possa ou não possa ninguém na cidade não existiria não fosse você, o soldado da roça; soldado sem farda, herói sem medalha você lavrador é um soldado sem farda desta nossa pátria você é a raiz...”. A letra é bem extensa e de significado intenso.

Eu sou descendente de pessoas do campo; de mulheres como tias-avós com quem convivi que trabalharam com a enxada empunhada cavando a terra, limpando o terreno, abrindo covas e semeando a semente. O feijão que comíamos, o milho com que fazíamos o mingau e outros produtos eram cultivados por elas. Eu as vi morrer sem nenhuma doença grave; trabalhavam duro movidas pelo amor: amor pela terra, amor pela sua descendência, amor pelo trabalho honesto. Morreram de tanto viver por aquilo em que acreditavam.

Suas faces eram encardidas pelo sol escaldante, sua rugas eram pregas endurecidas pelo sol; e havia em suas faces sulcos, cortes naturais e até profundos, eram rugas para as quais não havia o protetor solar, nem mesmo um creme mais barato; mas elas estavam lá! Como eu me orgulho dessas mulheres! Elas foram as militares sem farda!

Ouso dizer que elas foram literatas na escola campestre. A terra como um livro ao qual todos nós temos acesso é aberta como páginas para receber as sementes, letras, que trarão à luz os renovos, palavras, que se exprimem pela raiz, tronco, galhos, hastes, folhas, flores e frutos contando-nos a história da vida, que também é a nossa história. A literatura também brota da terra! E como leitores, convém-nos estarmos sempre na biblioteca da Natureza, estudando e lendo a terra com os seus atributos irreversíveis.

A atividade desses homens e mulheres do campo é fundamental para que tenhamos alimentos de qualidade para comer. Por isso, respeitar o trabalhador do campo, como um profissional que merece todos os seus direitos, é dever da sociedade e do governo brasileiro. Se existe o que comer é porque seu suor e dedicação frutificaram. Desde o preparo da terra, o seu trabalho encerra toda a sua dedicação. Na pecuária ou agricultura, mesmo sem grande estrutura, eles garantem a produção, o milagre do resultado da multiplicação.

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