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Quarta-Feira,30 de Outubro
Mara Narciso

“Viva, Darcy é uma festa!”

Publicado em 24/10/2022 às 21:52.

Lista de qualificações vistas em Darcy Ribeiro por Wanderlino Arruda: “controverso, amado, temido, mel e fel, santas heresias e virtudes, vários defeitos, saudoso, demolidor, prenhe de força belicosa, terno, romântico, criativo, não afeito ao silêncio, agitado, fogoso, instintivo, felino, incomodado com inteligências preguiçosas, inteligência selvagem incontida, raciocínio como uma ventania de amor, caldeirão efervescente de ideias, lúbrico, perseverante, inconsequente, vivedor de todas as vidas em uma vida”. 

Reparem no tamanho desse cardápio! Darcy está aí. Sirvam-se! Diante de diversificadas características a serem exploradas, 12 artistas plásticos foram convidados pela Unimontes, Curso de Letras e Secretaria de Cultura a se manifestarem artisticamente sobre nosso montes-clarense maior.

Afonso Teixeira, Cleiton Cruz, Felicidade Patrocínio, Gemma Fonseca, Hélio Brantes, Heloísa Dumont, João Rodrigues, Juçara Nassau, Márcia Prates, Mário Soares, Neto Macedo e Osmar Oliva pescaram em fonte abundante, mas o indigenista, o antropólogo e o cientista social Darcy Ribeiro preponderaram nas manifestações. 

Inspiradas por um biografado brilhante, as obras expostas no Museu Regional do Norte de Minas, no Corredor Cultural, encheram os olhos dos visitantes. A mostra ficará disponível até o dia 20 de novembro.

Múltipla existência teve o homenageado nascido em 1922, que faria o centenário em 26 de outubro e, para fazer jus a esse exagero de talentos e ousadia, a qualidade do que se vê é grandiosa.

Os curadores são Osmar Oliva e Ivana Rebello. Felicidade Patrocínio esculpiu um painel de cerâmica com simbologia indígena; Márcia Prates ilustrou sua tela com rostos e motivos africanos e indígenas; Hélio Brantes fez seu Quarup a lápis terroso com indígenas vendo a luta de fortes guerreiros; Juçara Nassau criou a face de um jovem indígena em close, derramando tristeza e súplica; Neto Macedo fez arte em foto do caminho catrumano, por onde passam tropeiros; Osmar Oliva bordou uma cena com títulos de livros do escritor e catopês no entorno da Igrejinha do Rosário; Mário Soares encarnou um carro-de-boi para destacar o sertanejo; João Rodrigues fez dois misteriosos personagens com tóraxes expostos num dístico: padre e madre; Cleiton Cruz pintou um tríptico em fundo preto com imagens em branco de três retratados: indígena, branco, sendo este o próprio Darcy e negro de turbante - Mestre Catopê João Faria; Gemma Fonseca recriou uma foto icônica do antropólogo com sua bengala, em cores esfuziantes lembrando a Praça d
a Apoteose criada pelo carnavalesco; Heloísa Dumont fez uma colagem com fotos do político e Afonso Teixeira reproduziu o batismo indígena - tintura de jenipapo no rosto, feita quando foi morar numa aldeia, sendo ele no centro e de um lado um índio e do outro um negro.

Muitos objetivos foram conquistados por Darcy Ribeiro, Doutor Honoris Causa em diversas universidades mundo afora e agora mais este para o educador: inspiração certa para uma exposição de arte.

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