A disputa entre Trump e Biden corria sonolenta; depois do debate e do tiro aconteceu a melancólica desistência, então, chegou o furacão Kamala Harris. Discutiu-se a pronuncia do seu nome: tônica no primeiro “a”, sendo o segundo “a” átono. Em USA ela é Harris e no Brasil, Kamala.
Na política brasileira, os homens são conhecidos, em sua maioria, pelo sobrenome, enquanto as mulheres, mesmo com sobrenomes marcantes, são mais conhecidas pelo nome. Em uma mistura de tempos, eis como são referidos os presidentes: Vargas, JK, Jânio, Jango, Castelo Branco, Costa e Silva, Geisel, Médice, Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique ou FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. Rousseff é sobrenome forte, mas não preponderou ao nome. Outros políticos designados pelo sobrenome: Suplicy, Haddad, Brizola, Caiado, Zema, Riedel. Referidos pelo primeiro nome: Darcy, Ibaneis, Tarcísio, Jerônimo, Elmano. O governador Ratinho Júnior é conhecido pelo apelido do pai. Referenciados com nome e sobrenome: Rafael Castro, Eduardo Leite, Jorginho Melo.
Mulheres da política: Heloisa Helena, Marina, Erundina, Gleise, Marta, Maria do Rosário, Leninha, Tereza Cristina, Benedita, Damares. Registrada por apelido e sobrenome: Duda Salabert. Referidas pelo sobrenome: Hasselmann, Zambelli. Conhecidas por nome e sobrenome: Simone Tebet, Lídice da Mata, Soraya Thronicke, Érika Hilton, Raquel Lyra, Fátima Bezerra. Conhecidas pela etnia: Célia Xakriabá e Sônia Guajajara.
Artistas, cada um com seu motivo, seguindo a numerologia, mesmo após o sucesso, alteraram o nome: Sandra Sá para Sandra de Sá; Baby Consuelo para Baby do Brasil; Jorge Ben para Jorge Ben Jor.
No exterior, os jogadores de futebol são conhecidos pelo sobrenome grafado nas costas das camisas. Eis algumas estrelas: Kylian Mbappé é Mbappé; Lionel Messi é Messi; Zinédine Zidane é Zidane; Franz Beckenbauer é Beckenbauer; Karl-Heinz Rummenigge é Rummenigge; Diego Maradona é Maradona; Roberto Baggio é Baggio; Daniel Passarella é Passarella; Carlos Valderrama é Valderrama. Cristiano Ronaldo é Ronaldo ou CR7.
No Brasil ficaram conhecidos pelo apelido: Didi, Bigode, Zizinho, Deguinha, Pinga, Zito, Vavá, Pelé, Garrincha, Zico, Tostão, Caju, Branco, Alemão, Careca, Dunga, Dida, Kaká, Hulk, Caju, Zinho, Bebeto, Vampeta, Viola. Vinícius Júnior é Vini Jr. Uns poucos ficaram conhecidos apenas pelo sobrenome: Carpegiani, Piazza, Leão, Müller, Mozer, Taffarel, Belletti, Miranda. Muitos pelo nome: Ronaldo, Raul, Reinaldo, Eder; naqueles conhecidos por nome e sobrenome, o nome se sobrepõe.
No futebol feminino não há peculiaridade na designação das atletas. Conhecidas pelo apelido são Formiga, Debinha e Pretinha. A Seleção Feminina de Futebol que está nas Olimpíadas de Paris e venceu a Nigéria por 1X0, entrou assim formada: Lorena, Rafaelle, Antônia, Tarciane e Tamires; Duda Sampaio, Yayá e Gabi Nunes; Gabi Portilho, Ludmila e Marta. Assim, continua a tendência de a jogadora ser conhecida pelo primeiro nome ou nome reduzido, e até aqui, nenhuma apenas pelo sobrenome.