“Trans salinense/ De onde vim/ não precisa ser pra onde vou/ Até porque aonde eu fui, eu estava/ Se nasci sal, permaneço terra/ Sou sal de cor neon brilhando, quimera/ Vibrei minha voz no banho em uma das minhas vidas/ Inventei meu brilho estranho pintando as unhas coloridas//.
Astra Gab Filpi foi registrada como Gabriel Filpi ao nascer em Salinas em 30 de janeiro de 1996. Esculpe, escreve e pinta com a mão esquerda. Toca flauta, percussão e violão sem inverter as cordas. Compõe e faz poemas para cima, às vezes caóticos, sobre sexualidade, questionamento existencial, drag queen, arte, convívio, espiritualidade. É arquiteta e urbanista formada pelas Faculdades Santo Agostinho, artista plástica de telas, murais de rua, paredes hospitalares, capista e ilustradora de livros.
No momento, expõe poemas na Biblioteca Municipal Dr. Antônio Teixeira de Carvalho, no mural Juca Silva Neto, no Centro Cultural Hermes de Paula. De seu livro “Das asas caídas do anjo” pronto, não lançado em Montes Claros, foram colhidos poemas para a exposição e farão parte de uma intervenção em 22 de maio, às 17h, com Astra Gab Filpi e Aroldo Pereira.
Escreveu: “A frase da Robin: por que não tem mais querer adiantar o que é a única certeza nessa vida”? Decisões acertadas afugentam o autoextermínio.
Em 2018 lançou sua primeira fanzine poética-visual, com poemas e desenhos em “Vermelho parto da flor”, parte de uma trilogia.
“Desde 2020, mergulho nas cores e formas das telas, transformando emoções e histórias em arte visual. A arte, para mim, é mais do que uma expressão; é uma missão”.
Em 2021, fez a Capa do livro “Dourado e Rubro” de Renilson Durães, usando a cronobiologia chinesa e o fogo, mostrando que o fluxo da vida é mutável, incessante e quente.
Também em 2021, Astra Gab Filpi humanizou com cor, vida e aconchego as paredes do Hospital Aroldo Tourinho pintando folhas, flores, ramos, frutos, elementos e símbolos, e disse: “Um Hospital é um organismo vivo e pulsante. Tem sempre alguém nascendo e alguém morrendo. Tem gente internada há meses, gente sentindo dor, gente operando e sendo operada. Pessoas esperando horas numa fila e uma equipe imensa. Pintar num lugar assim é pedir licença a tudo isso e instigar a criatividade, o inusitado”.
Em 2022, postou foto com borboletas no rosto com a inscrição: “Transformação”!
Em 2023, fez um mural onde seria um café, “Liberdade ainda que Meio-dia”, inspirada na bandeira mineira, em Eugène Delacroix da Revolução Francesa – 1830 e em Niemeyer de “A Mão Latino-americana” – 1988, onde mostra a Liberdade com uma bandeira, a levar o povo para a libertação.
Em 2024 escreveu: “Me nomeei Astra. Conto minhas voltas ao sol”. Pela cascata de produções que se seguiu, pode-se ver o acerto dessa nomeação.
Este ano fez “Refil Astral – a saga” com prosa e animais híbridos e disse: “Feliz aniversário pra mim! A Queer Aqui. Uma fênix em vida. Que nesses 29 anos eu possa lembrar: sou feita da mesma energia que modelou as montanhas e os mares. Astra: renasço! Gabriel: comunico! No traço dos nossos planos... Sigamos ciganos!”.