Mara Narciso

Nomes próprios extraídos da natureza e outras ideias

Publicado em 02/01/2023 às 22:09.

Você conhece alguém que se chame – ou seria “é chamada” de – Camélia, Dália, Dracena, Flor, Hortênsia, Magnólia, Malva, Margarida, Orquídea, Rosa, Violeta? As flores emprestam seus nomes às mulheres, não sendo difícil encontrá-las. E aos homens – por exemplo, Narciso.

Entre os alimentos há Mel, Amora. No reino mineral tem-se Ágata, Cristal, Blenda, Esmeralda, Jade, Pepita, Pérola – mineral dentro do animal, Rubi, Safira, Terra. Outras inspirações podem ser Aurora, Brisa, Céu, Íris, Lua, Luã, Manhã, Natureza, Rio, Sol.

O mar, com sua imensidão, inspira pais e mães ávidos por escolher um nome diferente que podem ser Alvimar, Lindomar, Marimar, Céu Mar e Dulcemar.

Conheci Celeste e Marly masculinos e Cosme feminino. Ismar, Juracy e Nazaré são nomes comuns de dois gêneros.

Antes que digam que estou escapulindo, Mara significa amarga ou amargosa. Letras duplicadas, assim como K, W, Y sugerem pobreza e aspiração em subir na escala social. Meu segundo nome é Yanmar. Tirem suas conclusões.

Também há casos de volta ao passado, quando pais homenageiam os avós, dando nome deles aos próprios filhos. Nessas investidas, assombram crianças às voltas com nomes como Aprígio, Aristóteles, Ermengarda, Eurípedes, Filogônio, Godofredo, Joana Querubina, Leolino, Nepomuceno, Orozimbo, Petronilho, Pórcia e outros inconcebíveis exemplos. Meu bisavô se chamava Jason Gero, um nome que soa bem.

Teve a fase de inventar nomes para que o filho não encontrasse xará. Acaba que o menino cresce, faz fama e ganha xarás. Exemplo: Richarlyson, jogador aposentado, e Richarlison Andrade, atacante que fez o gol de voleio na Copa 2022. Nesse particular, a criatividade é imensa e o bom gosto, nem tanto.

Algumas vezes, a intenção do pai é uma e a audição do escrivão é outra: Ostaqui, Cirço. Isso dá um problema para a vida toda. Cansa explicar e ditar o erro por muitas décadas.

Outra insanidade é dar nome de políticos ou personalidades aos filhos: Abrahão Lincoln, Che Guevara, George Washington, Fidel, John Kennedy, John Lennon, Roberto Carlos, Rui Barbosa. Depois mudam de gosto ou de ideologia política e nem podem reclamar do bullying.

Nomes duplos que não têm nada a ver e até brigam entre si. São um fardo. Isso quando não formam um cacófato, não tão raro.

Há nomes comuns numa família que se repetem a exaustão, situação em que se usa Júnior, Neto, Bisneto, Sobrinho ou são numerados de um ao infinito. 

Outros nomes são buscados no passado, assustam no começo e viram moda. E, ainda, outros que são inventados por celebridades e um monte de crianças com o mesmo nome são registrados naquele ano. O que dizer de Bento, Enzo, Heitor, Helena, muito comuns nos últimos anos? 

Houve a fase de Rodrigo, Luana, Maikon – na verdade, Michael –, assim como Gabriel, Rafael e Daniel. Nomes de personagens de novela de sucesso são ordens expressas para o cartório repeti-los.

Quais nomes virarão mania em 2023?

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