Enquanto alguns acham que vivem bem a vida por terem uma agenda lotada, em ritmo acelerado e sem tempo livre, outros acham que luxuoso é viver em calmaria, escolhendo o que fazer.
Por um lado há os que desejam uma vida arriscada, de emoções fortes. Por outro, há quem não suporte novidades e se sinta inseguro numa situação fora do seu controle.
Uma parte acha que o centro da vida deva ser acumular. Outros, ao contrário, querem gastar tudo enquanto há tempo. A vida de alguém pode parecer interessante. No entanto, mesmo com o excesso de exposição das redes sociais, a avaliação fica irreal: o exposto é o que convém ser visto.
Entender o que seja vida boa é tão díspare quanto há pessoas neste lotado planeta. Minha mãe Milena dizia que “cada cabeça uma sentença”, por isso vemos o Brasil dividido. O curioso é que cada um dos lados se sente certo e considera absurdas as defesas que o oponente faz.
Enquanto 10% dos terráqueos, quando podem revelar, se declaram ateus, os 90% religiosos se digladiam para convencer, converter, doutrinar, sequestrar mentes (e almas, se elas existirem) em prol da sua crença, religião ou seita. A fé é uma adesão incondicional sem prova, portanto não pode ser imposta, mas os doutrinadores acham que a verdade deles é a única que possa existir. No outro extremo, há religiosos que passam a vida em estado de contemplação.
Os mal-humorados respondem de forma ríspida. Outros edulcoram de tal forma suas falas, fazendo-as tão elogiosas que o resultado soa falso.
Os apaixonados fazem tudo com exagero. Os displicentes, com descaso. Muitos buscam sucesso e fortuna. Uma parte quer ter conhecimento e se orgulha do seu saber, olhando os demais com desprezo. Já há algum tempo pouco destaque é dado às patentes militares, e sim a títulos de mestrado, doutorado, pós-doutorado, o que estratifica a população em castas excludentes.
A felicidade é ir a festas ou promovê-las? A realização está em enveredar por várias áreas de atuação ou se dedicar a um único metiê? Saber mais e ter mais continuarão ditando as regras sociais. Algo a acrescentar?