Os grupos eleitores e políticos deveriam estar convergentes, mas não estão. Parecem querer resultados opostos. O político é aquela pessoa que não vem gozando de boa reputação já há algum tempo. Para recuperar a credibilidade perdida usa recursos de marketing, e vai amealhando um mandato atrás do outro. É obrigado a convencer o eleitor a depositar sua confiança nele, e não em nenhum outro, já que o voto livre e democrático alimenta o poder público. Costuma fazer suas promessas, e mesmo o eleitor atento, algumas vezes não conseguirá saber o que se passa.
Quando quem precisa vencer vê seu espaço minguar, tenta reconquistar votos para obter o poder. Em geral, o político subestima seu eleitor e pensa que qualquer argumentação terá efeito de convencimento e ganho de votos. Algumas vezes o resultado é contrário ao esperado, mesmo com a manipulação de mentes e corações executada pelo trator comunicação de massas.
Sem medo de errar, o bom senso ensina que toda generalização incorre em erro. Há o político sonhador, romântico, com ideais. Em seu íntimo é sincero e quer dar oportunidades iguais para todos, sendo primariamente humanista e preocupado em consolidar uma sociedade justa.
Há o político interesseiro que com o canto direito da boca faz um discurso para agradar ao “grupo A” e, ao mesmo tempo em que com o canto esquerdo da boca tem uma fala oposta para seduzir o “grupo B”. Também há o político ganancioso que quer tudo para si, ou o megalomaníaco que pensa ter uma varinha de condão em sua mente e basta pensar que tudo estará concretizado. Claro que há outros tipos, inclusive os traidores dos seus iguais ou do seu povo.
O eleitor mais experiente anda chamuscado e alguns têm preguiça de ir votar. Enquanto há ferrenhos apaixonados pelo voto na terceira idade, há outros completamente abúlicos. Alguns eleitores sentem possuir arma poderosa, e não a usam sem planejamento. Confundem-se, imaginando o voto não como um direito do cidadão, mas um favor que fazem ao político. Há quem sinta que votar é tarefa trabalhosa, e por isso adiam definir o que querem. Quanto mais vota, mais ligado vai ficando, mas a maturidade e as decepções e mesmo perdas eleitorais trazem desmotivação. Quem está atrás nas pesquisas, mesmo que estas estejam sob suspeita, fica aflito, mas não há muito a ser feito.
Quem se abstém, anula ou vota em branco é o que se pode chamar de cidadão omisso, e de nada poderá reclamar. Aquele que vende seu voto sabe que quem compra é capaz de fazer qualquer coisa.
Em relação ao voto secreto, tenha coragem de denunciar toda e qualquer tentativa de assédio moral e eleitoral. Atrás do biombo, apenas com a urna, faça do momento algo mágico e amoroso e vote de acordo com a sua vontade e mais nada.