Montes Claros registra uma situação social delicada, com a qual há muito o Brasil tenta acabar: famílias inteiras vivem próximas ao aterro sanitário do município, junto à BR-365. No local, há idosos, adultos e crianças em condições degradantes, em busca de sustento, da sobrevivência.
A maioria dessas pessoas já teria recebido imóveis, pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, em áreas distantes do aterro, na expectativa de que pudessem vir a ter uma vida mais digna. No entanto, como mostra reportagem desta edição de O NORTE, essas pessoas teriam se desfeito desses imóveis e voltado a viver no entorno do lixo, mais próximas do que lhes garante alguma renda.
Com a transformação do antigo lixão de Montes Claros em aterro sanitário, os resíduos descartados pela população acabam sendo compactados antes de despejados no espaço, dificultando mais o “garimpo” por esses habitantes do entorno. Entre os depoimentos dados por alguns desses moradores à reportagem de O NORTE, há quem reconheça que o material reciclável coletado gera menos renda a cada dia. Ainda assim, é disso que aquelas pessoas aprenderam a viver. E, mesmo com essa permanência junto ao lixo representando risco de contaminação por inúmeras doenças, elas não veem e não encontram outras alternativas de subsistência.
A falta de investimentos na Educação e o desemprego no país têm forte ligação com esta realidade registrada no aterro sanitário de Montes Claros. É o acesso à Educação que abre possibilidades para que os cidadãos possam se preparar para formas mais dignas de garantir o próprio sustento. Da mesma forma que a Educação ensina sobre doenças, prevenção, direitos e tantas outras perspectivas de vida mais dignas e humanas.