A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA 24h) do Bairro Chiquinho Guimarães, em Montes Claros, cuja construção foi iniciada pelo ex-prefeito Ruy Muniz, teve suas obras interrompidas pela atual gestão municipal e, em agosto de 2018, foi depredada, sofrendo um prejuízo orçado pela Secretaria de Infraestrutura e Planejamento Urbano em R$ 2 milhões.
A etapa mais recente desta verdadeira novela, que afeta o acesso à saúde da população menos favorecida de Montes Claros – em especial, moradores dos bairros Major Prates, Maracanã, Chiquinho Guimarães, Ciro dos Anjos, Joaquim Costa, Mangues, São Geraldo I e Vargem Grande –, é o investimento de mais de R$ 3,6 milhões na tentativa de conclusão da UPA, que tem estimativa de conclusão no próximo dia 13.
Cercada de todos esses prejuízos e gastos, a unidade, mesmo que fique pronta, do ponto de vista físico, ainda enfrentará barreiras para que venha a ter suas portas abertas à população. Faltará, por exemplo, estruturá-la com equipamentos e material, além da contratação de uma imprescindível equipe de servidores especializados.
Uma questão importante a ser observada neste caso é como as administrações públicas costumam, em detrimento do interesse da população, abandonar projetos e obras iniciados por seus antecessores, por pura picuinha política. Faz-se isso pura e simplesmente com a crença de que se está afrontando o governo anterior e desdenhando do que vinha sendo desenvolvido.
Esse tipo de decisão e de atitude, no entanto, sempre representarão prejuízos para os cofres públicos e para os cidadãos. Uma unidade que poderia representar um ganho enorme para a tão sofrida saúde de Montes Claros pode não dar em nada. O fato de o prédio ficar pronto não quer dizer que a UPA entrará em operação. O município mal está dando conta de gerir o Hospital Municipal Alpheu de Quadros, como fará para equipar e manter o pronto-atendimento em operação? Uma pergunta para a qual a população quer uma resposta.