A pandemia da Covid-19 virou motivo e desculpa para tudo. Desde um prefeito eleito que não comparece em seu local de trabalho por quase um ano a uma busca sem fim de recursos. Na última reunião da Câmara de Vereadores de Montes Claros, por exemplo, foi autorizada a abertura de crédito para que o município possa fazer o enfrentamento contra o vírus. São mais R$ 5,1 milhões.
Esse valor, repassado pelo Ministério da Saúde, vem somar a outros tantos repassados pelos governos estadual e federal, com o objetivo de garantir à população o acesso necessário e digno quando acometido pela Covid-19.
O fato em si não é de se estranhar, já que obviamente qualquer cidadão sente-se seguro ao saber que não faltarão recursos para garantir a ele total e irrestrito acesso ao sistema de saúde e, principalmente, terá garantido o seu direito constitucional de receber os melhores cuidados em um possível momento de fragilidade física. O que incomoda e causa estranhamento é o fato de o poder público não ser nada transparente em relação ao gasto destes recursos.
A constância em recusar informações sobre como, quando e onde, perguntas básicas para tamanho e tão importante recurso, causa mais do que estranheza, já está causando desconfiança. Afinal, se os recursos vindos dos governos estadual e federal ou ainda, vindos do próprio caixa do município, estão de fato, sendo investidos como deveriam, qual a dificuldade em informar à população? Ninguém jamais conseguirá entender...
Enquanto a população cobra as informações e sofre em filas infindáveis em busca de atendimento no sistema público de saúde, os vereadores, eleitos para fiscalizar o Executivo, permanecem autorizando mais e mais recursos, sem nunca, jamais questionar “onde está o dinheiro”, solicitar prestação de contas ou mesmo definir condições para novas liberações de crédito.
Um descrédito total de ambos os poderes esse crédito sem medida para estancar uma pandemia que cada dia mais parece sem controle, apesar dos bilhões investidos par controlá-la.
O que incomoda e causa estranhamento é o fato de o poder público não ser nada transparente em relação ao gasto destes recursos