O Norte de Minas está em alerta máximo contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chikungunia. No caso da dengue, doença que pode levar à morte, os 238 casos prováveis notificados na região nas quatro últimas semanas equivalem ao registro de nove casos por dia entre os norte-mineiros.
E o que continua impressionando é que a alta infestação pelo mosquito persiste nas residências, nos quintais, em terrenos e lotes. É como se os moradores insistissem em cultivar um inimigo dentro das suas casas, dos seus imóveis.
A constatação dessa realidade está no Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LirAa), feito em Montes Claros entre os dias 6 e 8 de janeiro. A taxa de infestação pelo Aedes aegypti registrada foi de 10,3%, superando em mais de 10 vezes o índice de 1% considerado seguro pelo Ministério da Saúde. E há bairros no município com infestação ainda mais alta, superando os 20% e até mesmo acima dos 38%. Parece inacreditável que, diante de tanto alerta, diante do risco de morte trazido pelo mosquito, ainda haja gente ignorando a importância de estar alerta, não mantendo água parada em caixas e outros recipientes abertos, em pratos sob vasos de plantas, em entulhos deixados pelo quintal.
E não é só em Montes Claros que o fantasma da dengue, da zika e da chikungunia está à espreita. Outros municípios do Norte de Minas vivem o mesmo perigo de que uma epidemia se instale. A cidade de Josenópolis, por exemplo, desponta há algumas semanas como um dos líderes em um triste índice no Estado: o de alta probabilidade de epidemia de dengue. Assim, da mesma forma que as administrações municipais devem colocar em prática os planos de contingência elaborados no segundo semestre do ano passado para o enfrentamento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, cada morador tem, por obrigação e amor à própria vida, obrigação de fazer a sua parte.