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Domingo,24 de Novembro

Terminais pandêmicos

01/07/2021 às 00:19.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:18

Decretos e mais decretos. A vida durante a pandemia passou a ser regida, país afora, por decretos vindos dos executivos estadual e municipal. Na sua maioria, tais decretos não trazem determinações claras e objetivas e, por vezes, determinam ações tão incoerentes que acabam precisando ser refeitos, sem contar que deixam de fora inúmeras situações que precisam de toda a fiscalização possível para não se tornar um foco disseminador de vírus.

Dentre as muitas incoerências dos decretos, a maior delas está relacionada ao transporte e a não fiscalização da rotina nos ônibus pelo poder público. Em uma rápida observação é possível verificar ônibus lotados, janelas fechadas, paradas de ônibus cheias e frota diminuída. Já fiscalização, nenhuma... Será o vírus assim tão seletivo que não anda de ônibus? Fica a pergunta.

Recente estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acaba de responder a essa pergunta, sobre a periculosidade do transporte público, que sim coloca vidas em risco. O estudo da Fiocruz de Pernambuco está baseado na coleta de amostras das superfícies de terminais de ônibus no Recife. 

As amostras recolhidas em superfícies dos terminais de ônibus comprovam que o vírus é um assíduo frequentador do local, já que em 48,7% do material recolhido o vírus causador da Covid-19 se fez presente, ganhando inclusive, de amostras recolhidas em espaços situados ao redor de hospitais, onde a presença do vírus ficou em 26,8%.

Enquanto inúmeros estabelecimentos seguem de portas fechadas ou são obrigados a funcionar de acordo com rígidas regras sanitárias, o poder público finge não ver o que acontece no transporte público, que carrega o vírus para os quatro cantos da cidade, garantindo a sua disseminação. 

Analisando tamanha incoerência, fica a sensação de que Executivo e empresas de ônibus não têm buscado uma solução eficaz para que o transporte público continue exercendo sua atividade sem colocar em risco a população.

Enquanto as incoerências tomam o cotidiano, embasadas por decretos que dão em chico sem nunca atingir Francisco, a população segue à mercê do vírus, indefesa ante o descuido passivo de quem tem a obrigação de olhar por ela.

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