O projeto que autoriza estados, municípios e o setor privado a comprarem vacina imunizante contra a Covid-19 foi aprovado pela Câmara dos Deputados. O projeto, que já havia sido aprovado pelos senadores, agora vai para a sanção presidencial. Mas o texto deixa claro que só poderão ser adquiridas vacinas com registro ou autorização temporária de uso no Brasil.
A notícia é mais do que uma luz no fim do túnel, é uma chance real de se ampliar no país, o acesso aos imunizantes. Espera-se que estados e municípios, muitos com as contas recheadas de recursos para o combate ao vírus, não se enrolem em suas burocracias e tratem logo de comprar quantas doses for possível. Se não existem leitos e nem condições para tratar os infectados, a vacinação em massa e o mais rápido possível é a solução, além de mais efetiva, de longa duração.
Que o setor privado, que no início da pandemia se mostrou plenamente solidário e não mediu esforços para comprar e doar máscaras, respiradores e outros equipamentos tanto de segurança pessoal quanto hospitalar, recrie essa corrente do bem.
Só unindo forças e deixando diferenças, sejam elas de qualquer espécie, de lado é que de fato conseguiremos não apenas vencer batalhas, mas ganhar a guerra, evitando nossas baixas na tropa. Retomarmos o clima de solidariedade que existia em março de 2020 é, sem dúvida, o caminho mais rápido para que possamos imunizar, no menor tempo possível, o máximo de brasileiros. Essa deve ser a meta, esse precisa ser o foco.
Que a inércia que tem permitido a perda de tantas vidas seja coisa do passado, porque agora os gestores públicos não terão mais o direito de ficarem se apontando como culpados e nem mesmo poderão ficar se escondendo atrás da incapacidade do outro. Agora é hora de honrar os votos que recebeu, os impostos que arrecadou e tratar de cumprir o dever de casa que é o número zero zero na escala de prioridades: salvar vidas, quantas for possível. Essa luzinha do fim do túnel é, sem dúvida, a esperança renovada de dias melhores, com direito a abraços, a beijos, a colos, a afetos. Que essa solidária esperança nos conduza, o mais breve, a um porto seguro.