O legado de um religioso que garante educação para crianças carentes em Montes Claros pode ser jogado por terra. A prefeitura anunciou corte no repasse de verbas para o Centro Educacional Apóstolo Santiago, única instituição de ensino do bairro Carmelo, criada há quase cinco décadas pelo padre Henrique Munáiz, que marcou a história da comunidade.
A decisão municipal obrigará 100 alunos a estudar em locais distantes, enfrentando caminhos perigosos, como a travessia em uma rodovia movimentada. A alegação da prefeitura é de que o compromisso do município é com a prestação do ensino infantil e não com a do fundamental, oferecido pelo Centro Educacional.
A medida tomada pela Prefeitura de Montes Claros revela total negligência com a educação, além da insensibilidade com a história de uma comunidade, vez que o centro educacional já formou gerações e certamente representa um grande bem, que faz parte das memórias afetivas das famílias que ali vivem.
Antes de simplesmente cortar as verbas municipais, um caminho poderia ter sido encontrado para não deixar as famílias em situação tão difícil.
Os pais terão de fazer cadastramento para que o município decida em qual instituição os filhos irão seguir a trajetória escolar. Rotinas serão alteradas nos lares, exigindo mais esforço e recursos dos pais para garantir o transporte dos filhos.
A educação, que deveria ser uma das prioridades, ao que tudo indica, não está recebendo a atenção necessária, se tomarmos como exemplo este triste episódio.