O país está em crise. É o que atestam os dados oficiais sobre o desemprego em alta, o freio nos investimentos dos setores público e privado e outras tantas estatísticas preocupantes para diversos setores da economia brasileira.
Mas há quem surfe na contramão dessa crise. Levantamento divulgado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) aponta o expressivo aumento da demanda por esse tipo de intervenção cirúrgica no Brasil. Nos últimos quatro anos, plásticas reconstrutoras ou puramente estéticas avançaram 23% e 8%, respectivamente.
Reportagem desta edição de O Norte mostra outra dado que chama a atenção: a mudança comportamental característica da adolescência e o uso cada vez mais frequente das redes sociais têm motivado jovens de 13 a 18 anos a desejar e realizar intervenções cirúrgicas estéticas. Na lista das preferências, preenchimento labial, aumento das mamas e rinoplastia, para “correção” do nariz. Segundo alguns profissionais da área, tudo para parecer “perfeita” nas selfies postadas nas redes de relacionamento virtual. É o tradicional “pra ficar bem na foto”.
Considerando os vários casos noticiados ultimamente de pessoas, sobretudo mulheres, que perderam a vida ao recorrer a profissionais sem a qualificação adequada para os procedimentos, os pais devem ficar alerta.
Em comunicado recente à imprensa, Luciano Chaves, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ressaltou a importância de procurar profissionais capacitados, seja qual for a finalidade, lembrando que há “cerca de 12 mil pessoas sem qualificação realizando cirurgias plásticas no Brasil”.