O período é de muitas incertezas, apreensões e angústias. O temor de uma propagação desenfreada da Covid-19 é real e a única coisa que o mundo tem certeza é a de que o isolamento social é a arma mais eficiente contra o vírus, até o momento. Por outro lado, essa necessidade de quarentena tem desestruturado a vida de muita gente, que viu a fonte de renda secar com o fechamento do comércio, das empresas, dos consultórios e com a suspensão da atividade autônoma.
Em Montes Claros, esse cenário já se prolonga por quase 60 dias, levando muita gente ao desespero. Desespero que incentivou lojistas do Shopping Popular a montar bancas com os produtos a serem vendidos na calçada em frente ao empreendimento. A medida foi feita para vendas voltadas para o Dia das Mães, mas eles prometem continuar até que a Prefeitura de Montes Claros dê a eles uma saída para a situação, que eles dizem ser insustentável e injusta – pois haveria outras lojas que estão funcionando sem sofrer qualquer sanção do município.
A maioria dos comerciantes diz que ali está o único ganha-pão que possuem e que poderiam abrir o empreendimento mantendo medidas de higiene e de distanciamento que garantiriam a segurança dos trabalhadores e dos clientes.
E aí, qual caminho seguir? Sabemos que todas essas demandas são legítimas, são justas. Mas também sabemos que os riscos são reais e estão muito próximos de nós. E ontem o Estado adiou, novamente, a estimativa de pico de casos em Minas – agora a previsão é a de que ele ocorra em 8 de junho. Apesar de ser uma boa notícia, pois mostra que estamos conseguindo achatar a curva, é também um sinal de que o isolamento pode ser prolongado por mais tempo. Mais angústia para todos.
Portanto, nesse momento, é essencial que aqueles que puderem ficar em casa, fiquem, não saiam, para ajudar aqueles que precisam sair e para que possamos sair dessa situação o mais rapidamente possível.