A situação de penúria, em razão do atraso de repasses de verbas pelo governo do Estado, levou 50 municípios do Norte de Minas a decretarem situação de calamidade financeira. A medida é uma estratégia de os prefeitos se resguardarem juridicamente, uma vez que podem ser responsabilizados pelas medidas extremas tomadas para enfrentar a crise nos caixas, como a paralisação ou suspensão de serviços essenciais para a população.
A decisão tomada pelos gestores expõe a situação complicada em que se encontram para administrar com a falta de dinheiro. Grande maioria dos municípios de Minas tem baixa receita em função da ausência de indústrias e outras atividades econômicas que possam gerar arrecadação. Resultado: tornam-se eternos dependentes de verbas repassadas pelos governos federal e estadual.
E, se de um lado os prefeitos fazem malabarismos para dar conta de administrar com cofres minguados, do outro sofre a população, que paga conta maior. Muitos municípios se encontram sem serviços de transporte escolar, outros têm a limpeza das ruas suspensa, e servidores recebem salários parcelados.
A situação afeta ainda o comércio das cidades, movimentado em grande parte pelos servidores públicos. Uma medida urgente precisa ser encontrada para regularizar os repasses pelo Estado, que sofre com crise orçamentária severa. A longo prazo, é importante criar políticas que possam estimular a economia e a arrecadação dos municípios para que se tornem autossuficientes.