Os preços das passagens do transporte rodoviário clandestino, que chegam a ser 50% mais baixos que os de empresas regulares, levam milhares de pessoas a embarcarem em ônibus piratas no trajeto Montes Claros_Belo Horizonte. A crescente demanda, como mostra matéria nesta edição de O NORTE, vem impulsionando os negócios dos prestadores do serviço ilegal que, capitalizados, investem em frotas com ônibus tão ou até mais confortáveis em relação aos que operam nas rodoviárias, tornando, assim, mais atrativo _ “bom e barato”. De tão frequente vai e vem, os operadores parecem não temer a fiscalização. Embarque e desembarque de passageiros acontecem no centro das duas cidades, a olhos vistos.
No entanto, ao vislumbrar apenas o benefício monetário em relação ao ônibus convencional, passageiros ignoram o perigo de estarem embarcando em uma “furada” _ uma viagem que pode custar mais caro ou não ter volta. Em caso de acidentes com este tipo de veículo, não há garantia de apoio da empresa no suporte às vítimas; não há exigência de certidões criminais de motoristas, além de os veículos não passarem pelas vistorias, como acontece com os ônibus regulares. O serviço ilegal não prejudica apenas os passageiros, mas o Estado, que deixa de arrecadar impostos, configurando em uma concorrência desleal com as empresas que operam na legalidade. Ao utilizar este serviço, o consumidor contribui ainda para a violação dos direitos trabalhistas, uma vez que muitos colaboradores desta atividade atuam sem registro. Portanto, o preço pode ser alto e o serviço, péssimo.