Já são anos de promessa de uma reforma tributária para desburocratizar a economia brasileira e colocar, em definitivo, o Brasil nos trilhos do desenvolvimento. Mais uma edição da reforma que nunca acontece entra na pauta da Câmara dos Deputados, com a apresentação de propostas por parte do governo e com a indicação de relatores por parte do presidente da Câmara.
A reforma que se anuncia, ao invés de colocar fim aos incontáveis impostos que o brasileiro paga, à bitributação dos produtos, vai instituir a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS) que vem para substituir o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social.
Ou seja, vamos trocar seis por meia dúzia e a reforma vai ficar apenas no nome dos impostos. Trocar o nome dos impostos ou mesmo juntar dois impostos sob uma mesma nomenclatura não traz nem mudanças nem desburocratização...
O que o cidadão quer mesmo é uma reforma que deixe os produtos mais baratos, um imposto único a ser pago uma única vez, para que o poder de compra do salário mínimo possa ao menos dar conta de comprar a cesta básica. Essa é a reforma desejada e ansiada pelo cidadão que anda cansado de ser penalizado quando as muitas políticas econômicas não dão o resultado desejado.
A esperança, com a criação de comissões para discutir uma Reforma Tributária, é que se possa, a partir da discussão de mudança de nomenclatura de impostos, chegar às mudanças que se fazem necessárias de fato e que tragam algum benefício efetivo para a população.
Principalmente em tempos de pandemia, quando a economia se encontra profundamente debilitada, e mais, quando os prognósticos de recuperação não são dos melhores, a reforma pode ser de fato o remédio necessário para que o Brasil volte a crescer, de forma equilibrada.
O desejo, por fim, é de que essa reforma deixe de ser promessa para se efetivar, trazendo não apenas paz para a economia ou mesmo segurança jurídica para atrair mais investimentos para o país, mas que seja capaz de trazer mais dinheiro, mais dignidade para o cidadão ter mais qualidade de vida.