Além de saúde, educação e mobilidade urbana, os municípios devem garantir esporte e lazer aos moradores. Esse direito da população está previsto na Constituição, que determina às prefeituras, ao Estado e ao governo federal investimentos nas duas áreas que, embora possam ser vistas como supérfluas por grande parte das pessoas, são de grande importância para a qualidade de vida urbana.
Praças, além de propiciar o lazer, funcionam como espaço para a interação entre as pessoas e servem como palco de eventos que levam informação e cultura. A prática de esportes nesses espaços não só contribui para a prevenção de doenças, em pessoas de todas as faixas etárias, como serve de ferramenta para afastar os jovens das drogas e da violência.
Montes Claros é privilegiada por abrigar a Praça de Esportes, construída em 1941 para que os moradores possam se exercitar. No entanto, a prefeitura mostra ignorar a importância do espaço que, nesta semana, começou a ser cercado com muros.
No passado, o local era usado para a prática de esportes e desenvolvimento de programas sociais das escolas públicas, mas, no últimos anos, estava ocioso. Foram várias ameaças de transformar o parque em estacionamento, mas a prefeitura, como se vê, resolveu mantê-lo, porém cercado pelo concreto, barrando a corrente de vento até a área verde e impedindo os moradores de apreciarem a paisagem.
Na contramão de outras cidades do mundo, onde os gestores investem na democratização do verde, a praça passa a ter um muro excludente. O mais preocupante é que as medidas são tomadas sem ouvir os moradores.