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Domingo,24 de Novembro

Por um fio

30/06/2021 às 00:01.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:17

A crise hídrica, por si só, já constitui um grave problema para a sociedade, principalmente quando se está em guerra contra um vírus e a principal arma da população é água e sabão. Mas, atrelado à iminente possibilidade de racionamento de água ou mesmo da falta do recurso - que embora insípido, inodoro e incolor, sem ele a humanidade não sobrevive - está o apagão. Ou seja, em um dos momentos mais complicados vividos por toda a humanidade, o cidadão brasileiro está prestes a ficar sem água e sem luz.

Não fosse trágico, seria cômico. Duas décadas se passaram desde que o Brasil sucumbiu ao último apagão e apenas alguns poucos anos separam 2021 do tempo em que racionamento de água era a rotina dos brasileiros. Apesar de tudo isso, nada foi feito para evitar que, no país em que se apregoa que há água em abundância, a crise hídrica voltasse a ser realidade e, dessa vez, acompanhada de uma crise de energia elétrica. 

Para evitar o aumento do consumo, e assim, tentar empurrar a crise para mais tarde, o governo impõe bandeiras tarifárias que, longe de serem uma solução, pesam no bolso do cidadão. Inimaginável que, em pelo século 21, ao enfrentar a pior estiagem dos últimos 91 anos, o Brasil não tenha um plano B para garantir água e energia à sua gente sem provocar o aumento das tarifas e sem correr o risco de deixá-la no escuro.

E a crise, que está por um fio, pode se agravar, já que os próximos meses são tradicionalmente meses em que ocorre a estiagem, o que significa que o nível dos reservatórios deve baixar ainda mais, na inversa proporção do aumento da tarifa de energia elétrica. Para a próxima semana, por exemplo, já se espera um aumento de 20% na luz nossa de cada dia.

Somando as duas crises com a pandemia, que instalada no país tem provocado o apagão do sistema de saúde, é possível afirmar, com todas as letras, que o brasileiro está vivendo o caos. E não fossemos nós um povo que não desiste nunca, o país estaria à beira de uma guerra civil. Mas, ao contrário, brasileiríssimos que somos, seguimos vivendo da famosa e imortal esperança.

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