Tragédias causadas por incêndios, como a que resultou em mais de 240 mortes, na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 2013, certamente não serviram de alerta nem de exemplo para o município de Montes Claros. Reportagem desta edição de O NORTE revela que o Mercado Municipal Christo Raeff, frequentado diariamente por centenas de pessoas, é um verdadeiro barril de pólvora, prestes a se incendiar.
As instalações elétricas que garantem o funcionamento de boa parte das 350 bancas de produtos típicos vendidos no mercado de Montes Claros são verdadeiras gambiarras. Basta dar uma voltinha pelo mercado, como fez a equipe de O NORTE, que estão à vista os emaranhados de fios elétricos conectados sem qualquer cuidado, em desrespeito às regras de segurança.
Para complicar ainda mais a situação, os hidrantes instalados no mercado não têm sequer mangueiras. Em caso de ocorrer um incêndio, eles dificilmente ajudariam a controlar o fogo.
O próprio gerente do Mercado Municipal Christo Raeff, Paulo Alkimim, admite que o edifício não dispõe do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), exigido por lei, que atesta se o local está em situação regular perante a corporação.
Alkimim vai mais longe e admite ainda que são usados no mercado os populares “gatos”, ligações elétricas improvisadas, que roubam energia, feitas com o intuito de não pagar pelo consumo de eletricidade.
Enfim, não restam dúvidas quanto ao risco que o mercado municipal representa para feirantes, funcionários e visitantes, de Montes Claros e de várias outras cidades. Com a palavra, a administração do município, responsável pelo espaço.
Instalações elétricas são improvisadas
e energia é roubada da Prefeitura de Montes Claros através de “gatos”