A legislação brasileira define que o conjunto de órgãos que compõem a administração pública no país deve garantir à população serviços como segurança, educação, cultura e saúde, por exemplo. As prefeituras, por sua vez, estão na linha de frente desses órgãos públicos que têm obrigações para com o cidadão. Até porque as pessoas vivem em municípios, seja na área urbana ou na rural.
Diante disso, colocar cidadãos em risco por falta de equipamentos públicos, como passarelas, fere a legislação. Reportagem desta edição de O NORTE mostra a situação de risco enfrentada diariamente por pedestres que convivem, há dois anos, com a interdição da passarela que liga o Centro de Montes Claros ao Distrito Industrial do município e à BR-251. Para complicar ainda mais o cenário, a mureta que separa as pistas na ponte sobre a avenida Deputado Esteves Rodrigues, usada pelas pessoas como alternativa – perigosa, diga-se de passagem – à passarela, foi danificada recentemente pela colisão de um veículo.
Dois anos parece tempo demais para manter uma passarela de pedestres interditada para obras. Ou alguém pensa o contrário?
A reposta da Prefeitura de Montes Claros para as inúmeras indagações sobre essa situação, que coloca a vida das pessoas em risco, foi dada pelo secretário Municipal de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano, Guilherme Guimarães, que é engenheiro. Segundo ele, há muito a passarela vem se deteriorando, “porque, no reparo de sua estrutura, não removeram os pontos de corrosão, e, associado a isso, um veículo chocou-se com a proteção, danificando-a ainda mais”. Ainda de acordo com o secretário, “a previsão é de que, ainda em 2020, esteja concluída a primeira ponte do Complexo João XXIII, que deverá ter duas pontes e seis novas passarelas”.
E a mureta derrubada pela colisão de um veículo – aumentando o perigo para quem não pode contar com a passarela? Até ontem, continuava no chão. Portanto, os pedestres que se cuidem, que façam malabarismos entre os carros, para se manterem vivos.