A educação em Montes Claros vive mais um impasse. Um ano após os inúmeros protestos contra o atraso no pagamento dos salários, os profissionais que deveriam ser valorizados sobremaneira esbarram em uma série de imposições, que, segundo eles próprios, os sobrecarrega, colocando em risco a qualidade do ensino na rede municipal.
Para suprir a demanda de servidores na educação sem realizar concurso público, a Prefeitura de Montes Claros criou a “dobra”, que abre a possibilidade de os atuais servidores trabalharem em dois horários.
O que os servidores denunciam, portanto, é que a tal “dobra” consiste em que trabalhem por 8 horas diárias, sendo 4 horas em uma escola e 4 horas em outra.
Não é preciso muito esforço para compreender que esse mecanismo representará mais de 8 horas diárias de dedicação ao trabalho. A chamada sobrecarga. Sim, porque haverá o deslocamento entre uma escola e outra, no decorrer do dia.
E o funcionalismo reclama ainda, como mostra reportagem desta edição de O NORTE, que não há qualquer auxílio financeiro estipulado para o transporte entre as duas escolas nas quais deverão atuar diariamente.
E, ao serem contratados, afirmam, veem-se diante da obrigação de assinar uma declaração na qual afirmam aceitar as condições estipuladas pela prefeitura.
Como de costume, os servidores da educação são expostos, injustamente, a uma situação estressante, que, sem qualquer dúvida, pode afetar o seu desempenho profissional. De uma maneira geral, a forma como a administração pública trata os profissionais do ensino fala diretamente sobre a real intenção dos governantes para com o povo que os elegeu.
Se a educação não é prioridade para um município, o que mais será?