A vida em Montes Claros tem sido mais cara do que na média do Brasil. Em 2019, o índice de inflação no município, apurado pelo Departamento de Economia da Unimontes, ficou em 5,08%, ultrapassando a previsão de que se manteria em 4,32%, e muito acima, portanto, dos 4,1% computados para o país pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi sobre a taxa de dezembro último que incidiu o maior peso da inflação em Montes Claros. Puxado pelos aumentos de itens como carne bovina, aves, carne suína e pescados, além de tomate, batata e banana, o índice inflacionário no município bateu em 1,19% no último mês do ano passado, atingindo a maior alta em cinco anos.
Esta realidade prejudica especialmente o trabalhador assalariado, que enfrentará dificuldades para se manter, levando em conta o reajuste do salário mínimo, de R$ 998 para R$ 1.039 (4,1%), sem ganho real sobre a inflação.
Trabalhadores montes-clarenses ouvidos em reportagem desta edição de O NORTE admitem que buscam alternativas para sobreviver em meio a este cenário de perda do poder de compra de seus proventos. Muitos já cortaram gastos, inclusive, em itens da cesta de alimentação. A carne de boi, por exemplo, cujo aumento de preços em Montes Claros atingiu a média de 25% somente em dezembro, foi abolida do cardápio de muitas famílias no município.
Para agravar ainda mais a situação dessas pessoas, o gás de cozinha sofreu reajuste na cidade, só em dezembro, de 5%, encarecendo a refeição não só de quem cozinha em casa, mas, também, daqueles que recorrem a self-services e outros serviços similares. No mesmo mês, o etanol subiu 5,53% e o preço da gasolina foi reajustada em 2,10%.
Diante de toda esta conjuntura, o montes-clarense revela que pesquisa preços, que se desdobra em busca de ofertas e de outras alternativas que permitam seu acesso a produtos de importância essencial para a sua sobrevivência e a de sua família.