O auxílio emergencial liberado pelo governo, o denominado “coronavoucher”, veio em boa hora e será salvação para milhões de trabalhadores que ficaram praticamente sem renda após a pandemia do novo coronavírus, que tem se disseminado a cada dia tanto em Minas quanto no país e no mundo. A ajuda financeira terá duração de três meses. Em Montes Claros, por exemplo, muitas pessoas que trabalhavam como autônomos, tiveram queda de até 90% no volume de serviço e, consequentemente, na renda mensal. Essa mudança abrupta no estilo de vida, imposta pela Covid-19, já levou muitas famílias não só no Norte de Minas a buscarem uma adaptação à nova realidade, com a renegociação de valores de aluguéis, postergação de pagamentos e até mesmo uma redução nas despesas diárias do lar, consequência da retração ou até mesmo da quase total falta de renda mensal. Muitas pessoas que já conseguiram fazer o cadastro no site da Caixa Econômica ou no aplicativo para receber o auxílio vivem agora a ansiedade para que o dinheiro saia o mais rápido possível. No entanto, milhares de trabalhadores que estão com problema no CPF (Cadastro de Pessoa Física) junto à Receita Federal ainda estão enfrentando uma verdadeira maratona para conseguir colocar o documento em dia e pôr a mão nos R$ 600 da ajuda financeira, que pode chegar a até R$ 1,2 mil no caso de mulheres provedoras da família. Nos 87 municípios da área de abrangência da Delegacia da Receita Federal em Montes Claros, existem atualmente cerca de 152 mil CPFs irregulares. E os motivos, que em muitos casos até o próprio trabalhador desconhecia, vão desde falta de apresentação da declaração do Imposto de Renda, problemas eleitorais e até erros na própria grafia do nome.
A Caixa pagou ontem o auxílio a 1,6 milhão de pessoas nascidas em fevereiro, março e abril, por meio da poupança digital. Hoje, o crédito beneficiará mais 2,2 milhões de pessoas nascidas em maio, junho, julho e agosto. Já na sexta-feira, 1,95 milhão de pessoas nascidas em setembro, outubro, novembro e dezembro serão as beneficiadas. Portanto, o trabalhador que se enquadra nos critérios adotados pelo governo para receber o “coronavoucher” deve se apressar para regularizar a situação, sob pena de ser prejudicado.