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Domingo,24 de Novembro

Mais próximo do próximo

26/06/2021 às 00:09.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:16

A solidariedade que se tornou a melhor pauta da pandemia, virou moda e ganhou as ruas parece ter perdido o protagonismo após um ano de convivência com a Covid-19. O próximo já não merece mais tanta atenção como antes. É o que se vê nas ruas, onde milhares de pessoas disputam atenção com pedidos de ajuda, com o número de famílias vivendo da mendicância e, sobretudo, os muitos próximos dormindo ao relento, passando fome e agora frio.

A pergunta que fica é: onde anda a empatia tão presente no nosso dia a dia ao longo de 2020? Sucumbiu com a vacina, que chegou para trazer esperança de dias melhores, que trouxe segurança e saúde? Será que tudo que foi vivido em 2020, todo o sofrimento e o medo pelo qual todos nós passamos e ainda estamos vivenciando, não serviu para que nos tornássemos mais humanos?

Os noticiários recheados de histórias sobre organizações não governamentais (ONGs) que perderam a capacidade de ajudar, de dar suporte às pessoas que estão em vulnerabilidade neste momento tão crítico pelo qual a humanidade está passando é prova de que o egoísmo voltou a ganhar espaço no novo normal. 

Ao contrário do que muitos vão pensar, não se trata apenas de dinheiro, que não anda sobrando no bolso da maioria das famílias, mas de doar tempo, de doar qualquer tipo de alimento, de agasalhar, de matar a fome, a sede e o frio do próximo, que não passa na sua timeline, não pede socorro pelo story, mas que está bem à sua frente, no sinal de trânsito, embaixo do viaduto, coberto por papelão em uma rua qualquer... Muito mais real do que qualquer um nas suas redes sociais...

Sim, é preciso um olhar mais atento para enxergar o próximo além do mundo virtual em que andamos metidos. Para aqueles que não perderam quase nada durante essa guerra que estamos lutando, é mais do que um ato de solidariedade, é quase uma obrigação, é uma forma de agradecer pelo muito que tem recebido.

Já não é mais hora de refletir, é hora de agir, de ajudar, de estender a mão. O vírus já está de saída, quase deixando a cena, mas as pessoas vão continuar ao nosso lado, precisando de ajuda...

Que o vírus se vá, para sempre, mas que as lições fiquem e, sobretudo, que a solidariedade nunca deixe o palco da vida.

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