Após um ano da sua chegada, a pandemia que persiste vai promovendo mudanças e mudanças na sociedade que, por sua vez, permanece sendo regida por decretos. Enquanto a vacinação segue a passos lentos e a segunda onda faz ainda mais vítimas, a estruturação da saúde está longe do que seria necessário para atender não apenas a demanda advinda do contágio do Covid-19, mas de outras tantas doenças que não saíram de cena para dar lugar ao vírus.
Para tentar organizar o caos, os municípios continuam acreditando e editando decretos que, se por um lado impedem a maior circulação do vírus, impedem também a melahora da economia. Empresários e pequenos empreendedores já não têm mais qualquer referência de onde buscar recursos para permanecerem de portas abertas.
Porque, ao contrário do que deveria ser, os decretos mudam constantemente, forçando adaptações que fragilizam ainda mais inúmeros setores. Isso, por sua vez, traz como consequência o aumento de pessoas desempregadas. Famílias inteiras sem as devidas condições de se sustentarem implicam em um número maior de pessoas sujeitas a se infectarem. O aumento de infectados leva novamente a fechar o comércio e novas demissões. A bola de neve só cresce, instalando mais caos.
A conscientização da população é de fundamental importância ante o cenário e a realidade vigentes? Sim. Mas os gestores precisam repensar, não apenas o que determina os decretos, mas a forma como lidar com a pandemia, porque o que temos visto é que, apesar dos decretos, da vacinação, o vírus avança e a população é duplamente punida: na saúde e na economia.
Sim, o vírus é cruel por levar embora pessoas queridas. Mas é preciso sim repensar os decretos, porque desemprego, falta de recursos para se manter, também levam à morte. O vírus é irracional e vai seguir seu curso, mas os homens por trás dos decretos, das decisões que precisam ser tomadas para a preservação da espécie humana, imagina-se que não o são.
Por isso, ante a gravidade das diversas situações e do caos que se instalou, espera-se que os gestores tenham mais sensibilidade, mais empatia e, sobretudo, soluções mais inteligentes, efetivas e eficazes que possam proteger a população, levando ao extermínio do vírus, sem promover o extermínio do homem na terra.