Se fôssemos eleger um símbolo da quase paralisação dos investimentos e programas sociais da cidade nesses últimos meses, a Praça de Esportes seria forte candidata a vencer a disputa. Inaugurado na década de 1940 para formar atletas de alto rendimento e propiciar lazer a quem não sonha em ser um profissional, hoje o espaço está praticamente largado, exposto às ações de vândalos e criminosos.

E se depender da prefeitura, a praça vai mudar ainda mais, já que o objetivo do prefeito é transformar parte do espaço em estacionamento. 

A mobilização de atletas e educadores físicos pela revitalização do local é um ponto positivo. Só quem utiliza, ou melhor, utilizava a estrutura para saber como ela pode ser readequada aos novos tempos. E quem é da área e entende um pouco de política esportiva sabe o tamanho do desperdício de estrutura com os portões fechados. 

Várias cidades brasileiras gostariam de ter um espaço tão grande praticamente no centro do município, com facilidade de acesso para praticamente todos os moradores. Belo Horizonte não tem algo do tipo. Somente agora o Rio de Janeiro tenta fazer do Centro Olímpico, usado para os Jogos de 2016, para a formação de atletas. Pois é, Montes Claros tem o equipamento, guardadas as devidas proporções, e não usa. 

Conforme publicamos na edição de ontem, a cidade terminou 2017 com R$ 68 milhões em caixa para projetos diversos. Não que tudo devesse ser investido em um único local, mas usar parte desses recursos para recuperar a praça já faria uma diferença enorme. 

Não falta dinheiro, falta querer fazer.