A inoperância do poder público tem mobilizado a sociedade a arregaçar as mangas, no Brasil, buscando saídas para problemas em diferentes setores. São vários exemplos de iniciativas isoladas de moradores ou de entidades civis, noticiados pela mídia, que se unem para obter recursos para pavimentar ruas, manter creches, asilos, escolas, hospitais etc. Obrigações essas que deveriam ser assumidas pelos governantes, que, muitas vezes, não cumprem os deveres, seja pelo mau gerenciamento dos recursos públicos ou insensibilidade social.
A população de Montes Claros deu nesta semana um exemplo de que é possível unir forças e buscar saídas, quando o poder público vira as costas para um problema social e educacional. Diante da negativa de a prefeitura manter o convênio que garantia repasse de recursos para o funcionamento da escola Casa de Juventude São Luís Gonzaga, uma vereadora propôs uma discussão entre os moradores, que culminou com o apoio da Fundação Credinor que, a partir de 2019, será a responsável pela manutenção da instituição de ensino.
Fundada por padre Henrique, religioso falecido há um ano e conhecido pela assistência aos carentes, a escola é a única do bairro. Caso fechasse as portas, 150 crianças teriam que percorrer vários quilômetros para ter acesso à educação, prejudicando ainda a rotina dos pais trabalhadores. A parceria começou com uma festa de Natal ontem, com a doação de mantimentos para a merenda dos alunos, que causou uma explosão de alegria entre os pequenos. Prova de que se falta um olhar mais humano do poder público, sobra comprometimento social entre a sociedade civil.