A falta de repasse de recursos pelo Estado aos municípios do Norte de Minas ameaça afetar ainda mais a qualidade do ensino público, já castigado pela infra-estrutura precária dos imóveis, pela falta de material didático e também pela desmotivação dos professores, em razão dos baixos salários –e em atraso.
Sem o esperado e cobrado reforço nos cofres, várias prefeituras suspenderam há alguns meses o transporte escolar. Alegaram não ter como bancar mais a oferta do serviço. Agora, ameaçam tomar medida mais drástica: encerrar o ano letivo antes do prazo previsto, sob a justificativa de que não há como arcar com o funcionamento das instituições sem os repasses de verbas estaduais.
Se as aulas terminarem mais cedo, milhares de crianças e adolescentes terão ainda mais prejuízo no processo de aprendizado, vez que, possivelmente, o conteúdo didático não poderá será oferecido de forma integral e detalhada pelos professores, além de o trabalho de avaliação, tão importante para o processo de ensino, não ser realizado, devido ao tempo encurtado.
Sofrem também os pais, que poderão ter a rotina alterada com as férias antecipadas. Pais e mães que trabalham enquanto as crianças estão nas aulas terão que buscar uma saída para não deixar as crianças sozinhas em casa. Na ausência de um integrante da família ou amigo para fazer companhia os filhos, na certa terão de pagar alguém, onerando o orçamento familiar.
Embora seja difícil para os prefeitos administrarem com os cofres vazios, uma alternativa deveria ser pensada para não evitar esse efeito cascata.