O período de isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus e a necessidade de ir mais vezes aos supermercados, principalmente para comprar itens essenciais, pressionaram o custo de vida da população montes-clarense. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Unimontes, mostra que os aumentos de preços saltaram de 8,14% de janeiro a maio do ano passado para 14,5% no mesmo período deste ano. Um dos fatores que contribuíram para a essa disparada dos preços em Montes Claros, no Norte de Minas, principalmente no início da pandemia, foi a corrida aos supermercados para estocar produtos. A grande quantidade de informações truncadas e sem o mínimo respaldo das autoridades levou a essa busca desenfreada por esses estabelecimentos, o que acabou pressionando os custos de vários itens. Produtos de higiene e limpeza foram os primeiros a desaparecerem das prateleiras dos principais supermercados do país. No entanto, os preços de itens de primeira necessidade, como arroz, feijão e ovos chegaram até a duplicar de valor em relação aos dois primeiros meses do início deste ano, quando o IPC ainda apresentou deflação de 1,71% em janeiro e 3,91% em fevereiro no município. Mas os grandes vilões que pressionaram o índice de inflação em Montes Claros foram a batata, que registrou alta de 30,45% de janeiro a maio, e o tomate, com elevação de 7,38% no mesmo período. Essa disparada dos preços já começa a pesar no bolso da população, que tem sofrido cada dia mais com o aumento do desemprego e a suspensão de contratos de trabalho e a redução de salários autorizadas por medida provisória do governo federal. Passados quase quatro meses do início da pandemia, cabe à população agora se conscientizar de que a eventual escassez de produtos em supermercados é coisa pontual. Não há nenhum motivo para corrida aos supermercados onde, mesmo com todas as regras sanitárias, a população acaba ficando mais exposta ao vírus. Dessa forma, qualquer corrida em busca de produtos vai acabar impactando nos preços. Cabe, neste momento, o bom senso.