Dor em dose dupla

02/11/2018 às 06:13.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:34

Além da dor de perder um ente querido, famílias de baixa renda enfrentam o sofrimento de não ter onde enterrar seus mortos em um cemitério público em Montes Claros. Os dois cemitérios municipais da cidade – o do Bonfim e o Jardim da Esperança – não comportam mais covas e sepulturas, obrigando moradores com baixos salários a se sacrificarem para comprar um pedaço de chão em cemitérios privados, cujo valor chega a R$ 5 mil, sem contar as despesas que têm de arcar com a compra do caixão, traslado do corpo e pagamento de taxas. O mais grave ainda é que a prefeitura não está pagando o benefício funeral à famílias carentes.

Montes-clarenses que têm amigos ou parentes sepultados no Bonfim e no Jardim Esperança _ e que nesta sexta-feira irão venerar seus mortos, seguindo a tradição cristã do Dia de Finados _, também têm enfrentado a dor com o desrespeito do poder público. Sem segurança, os dois cemitérios sofrem com a ação de vândalos, que destroem jazigos, roubam e danificam o patrimônio. Moradores vizinhos reclamam do mato que toma conta dos dois cemitérios, que se tornaram reduto de usuários de drogas e área de prostituição.

A situação levou um vereador a reivindicar a construção de um novo cemitério municipal. A expectativa é a de que o poder público se sensibilize com a situação vivida pelas famílias e destine mais uma área pública para sepultamentos. Uma solução também é necessária para a liberação do benefício funerário. Não é justo que famílias carentes paguem um preço tão alto na hora da morte.

A expectativa é a de que o poder público se sensibilize com a situação vivida pelas famílias e destine mais uma área pública para sepultamentos
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