A pandemia do novo coronavírus mudou o hábito dos consumidores montes-clarenses. Com o temor da falta de alimentos e as incertezas em relação à doença, houve uma corrida aos supermercados, fazendo com que os preços dos principais produtos disparassem no município. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pela Unimontes, atingiu no mês passado 9,25%, superando em duas vezes e meia o percentual apurado em março (3,59%).
O índice registrado em abril ficou também quase três vezes acima do apurado em igual mês do ano passado, quando o IPC atingiu 3,3%. Naquele mês de 2019, o montes-clarense gastou 28,35% do salário mínimo para adquirir a cesta básica, percentual que saltou para 35,9% na mesma comparação deste ano.
O vilão dos preços altos foi o feijão carioquinha, cujo quilo disparou 46,3% em apenas um mês, seguido por arroz (27,6%) – pacote de 5 quilos –, batata (24,8%) e leite (9,67%). A carne bovina, que teve uma grande variação em dezembro, registrou aumento de 3,96% de março para abril.
O grande impacto de alta nos preços se deu devido à maior frequência dos montes-clarenses nos supermercados, principalmente com o objetivo de estocar alimentos neste período de isolamento social. Alguns produtos chegaram inclusive a faltar nas prateleiras dos principais estabelecimentos do município e outros itens tiveram até a venda limitada por consumidores.
O comportamento do consumidor de Montes Claros foi na contramão de pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento mostrou que três em cada quatro entrevistados (77%) chegou a reduzir o consumo de pelo menos 15 produtos durante o período da pandemia. Portanto, o consumidor deve se conscientizar de que se houver corrida aos supermercados, fatalmente haverá uma disparada nos preços.