De pires na mão

24/10/2018 às 07:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:23

A crise orçamentária de Minas, que sacrifica os servidores estaduais há vários meses recebendo vencimentos em conta-gotas, bate à porta dos funcionários das prefeituras mineiras. Sem receber repasses do governo e com os cofres minguados, as prefeituras do Norte de Minas anunciam o pagamento dos salários de novembro em parcelas e não há expectativa de liberação do 13º salário para o funcionalismo. A dívida do Estado com os municípios da região chega a R$ 1 bilhão.

Chefes do Executivo, como mostra matéria nesta edição de O NORTE, revelam ter feito “malabarismos” para garantir a cobertura da folha de pagamento, mas a situação chegou a um limite que não há como garantir os vencimentos de forma regular só com os recursos municipais. O quadro expõe a grande dependência dos municípios das verbas estaduais e federais, devido à pequena arrecadação ocasionada pelo baixo desenvolvimento econômico e à falta de políticas de estímulo à geração de receita local.

Além de medidas para o pagamento da dívida pelo Estado, é urgente a criação de políticas públicas que estimulem o desenvolvimento econômico dos municípios. Também um trabalho junto às prefeituras no sentido de tornar a arrecadação de tributos mais eficiente.

O pagamento do funcionalismo em parcelas e a falta do 13º salário são prenúncios também de que o Natal será magro nas pequenas cidades que, sem indústria e comércio desenvolvidos, têm como maior parte dos consumidores os funcionários públicos, sobretudo da rede de ensino pública. Os cofres públicos minguados, como se vê, colocam todos de pires nas mãos.

O parcelamento dos salários dos servidores expõe a grande dependência dos municípios a verbas estaduais devido à baixa arrecadação
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