A crise orçamentária de Minas, que sacrifica os servidores estaduais há vários meses recebendo vencimentos em conta-gotas, bate à porta dos funcionários das prefeituras mineiras. Sem receber repasses do governo e com os cofres minguados, as prefeituras do Norte de Minas anunciam o pagamento dos salários de novembro em parcelas e não há expectativa de liberação do 13º salário para o funcionalismo. A dívida do Estado com os municípios da região chega a R$ 1 bilhão.
Chefes do Executivo, como mostra matéria nesta edição de O NORTE, revelam ter feito “malabarismos” para garantir a cobertura da folha de pagamento, mas a situação chegou a um limite que não há como garantir os vencimentos de forma regular só com os recursos municipais. O quadro expõe a grande dependência dos municípios das verbas estaduais e federais, devido à pequena arrecadação ocasionada pelo baixo desenvolvimento econômico e à falta de políticas de estímulo à geração de receita local.
Além de medidas para o pagamento da dívida pelo Estado, é urgente a criação de políticas públicas que estimulem o desenvolvimento econômico dos municípios. Também um trabalho junto às prefeituras no sentido de tornar a arrecadação de tributos mais eficiente.
O pagamento do funcionalismo em parcelas e a falta do 13º salário são prenúncios também de que o Natal será magro nas pequenas cidades que, sem indústria e comércio desenvolvidos, têm como maior parte dos consumidores os funcionários públicos, sobretudo da rede de ensino pública. Os cofres públicos minguados, como se vê, colocam todos de pires nas mãos.