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Quarta-Feira,27 de Novembro

Cuidado com água nas férias

04/01/2020 às 08:02.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:11

O ano mal começou e já se multiplicam as fatalidades provocadas por afogamentos em Minas. Nas primeiras 24 horas do novo ano, seis pessoas morreram afogadas no Estado. Ainda que o episódio ocorrido em Guapé, Sul do Estado, tenha outra dinâmica (uma cabeça d’água, tempestade ocorrida na cabeceira de um rio que gera uma correnteza avassaladora e imprevisível ao longo de seu curso), também exemplifica como todo o cuidado é pouco neste período.

Que une duas condições complementares: o aumento no volume das chuvas e a movimentação provocada pelas férias escolares. Até por conta da elevação da temperatura típica do verão, cachoeiras e destinos às margens de rios, lagos e represas se tornam especialmente populares. E, na maioria dos casos, transmitem uma sensação falsa de segurança, com baixas profundidades e águas calmas.

Estamos falando, no entanto, de forças da natureza, capazes de se modificar em pouquíssimo tempo, muitas vezes, sem aviso. Assim como ocorre no mar, nem mesmo a intimidade e a familiaridade são sinônimos de proteção. Podem ajudar a se desvencilhar de uma situação de perigo, mas nem sempre.

E ainda há um clima de relaxamento e descontração que costumam marcar essas ocasiões. O desejo de imortalizar o instante com uma selfie; o consumo de bebida alcoólica que acaba freando os reflexos e, ao mesmo tempo, camufla medos e receios. Criam-se as condições para os acidentes, cujo desfecho muitas vezes desafia a lógica.

No Norte de Minas, por exemplo, muita gente procura se refrescar nas águas de rios como o São Francisco, na reserva de Pandeiros, em Januária, e nas diversas represas da região.

Não é o caso de desencorajar o contato com as águas, que ajudam até mesmo a lavar as energias negativas do ano que terminou e a purificar a alma para os desafios do ano que chega. Tanto mais que nelas está a força e a vocação turística de inúmeros municípios e localidades mineiras. Difícil conceber, por exemplo, a Serra do Cipó, sem as cachoeiras e piscinas naturais.

Considerando que há pouco a fazer por parte das administrações públicas além de alertar (e desaconselhar, por meio de sinalização, o acesso a locais de maior perigo), cabe a cada banhista adotar uma postura cautelosa, se certificar das condições do entorno e não ir além dos próprios limites, procurando estar sempre acompanhado. Acima de tudo, respeitar a força da natureza e nunca subestimá-la, por mais que o risco pareça mínimo.

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