A exploração do trabalho infantil de forma abusiva e ilegal _ um problema mundial _ gera prejuízos às crianças, sobretudo àquelas que abandonam os bancos escolares para servir de mão de obra em atividades que exigem esforços físicos em ambientes insalubres. Além de terem a infância “roubada”, crianças exploradas no trabalho têm menos chances de serem adultos com emprego qualificado, devido à baixa escolaridade, além de se tornarem mais suscetíveis a problemas psicológicos e de saúde.
No entanto, o trabalho desenvolvido pelas crianças em estabelecimentos da família, sem que elas abandonem as escolas, pode gerar aprendizado, ajudar na formação e aumentar os vínculos dos pequenos com a cultura e o trabalho dos pais. É o que mostra reportagem publicada nesta edição de O NORTE sobre o cotidiano das crianças moradoras das comunidades rurais onde é desenvolvido o programa “Juventude Rural e a Sucessão no Campo”, com suporte da Emater. Nos pequenos agronegócios familiares, meninos e meninas ajudam os pais a plantar, cuidar da lavoura e colher, mas sem deixar de ir à escola. A ideia é fortalecer os vínculos das crianças com a cultura do campo e evitar a exploração, uma vez que é grande a presença de trabalho infantil nas áreas rurais. Estudos comprovam que crianças de centros urbanos que desenvolvem pequenos trabalhos domésticos tornam-se adultos mais organizados e responsáveis. Na área rural, o aprendizado repassado pelos avós e pais ajuda a perpetuar uma tradição importante para o desenvolviment
o da agricultura familiar e a reduzir o êxodo rural, colaborando para a formação cidadã e profissional dos futuros gestores do campo.