Os efeitos da pandemia do novo coronavírus já começam a deixar um rastro de destruição na economia. Dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as vendas do comércio varejista no país despencaram 16,8% em abril em relação ao mês anterior, o maior índice negativo desde o início da série histórica do órgão, iniciada em 2000. Na mesma base de comparação, a retração em Minas chegou a 14,6%. Em abril deste ano em relação igual mês de 2019, as maiores retrações foram verificadas pelo IBGE nos artigos de uso pessoal e eletrodoméstico (-63,9%), tecidos, vestuário e calçados (-54,7%) e móveis (-50,6%). O recuo atingiu também os segmentos de veículos, motocicletas, partes e peças (-43,1%) e material de construção (-13,3%). Neste período em análise, apenas os hipermercados e supermercados apresentaram vendas positivas, com 5,9% de alta. No Norte de Minas, todos os setores da economia também foram afetados pela pandemia de Covid, segundo o Sebrae Regional, responsável pelo atendimento a 11 municípios da área de abrangência. No entanto, vários comerciantes já se adaptaram, mudaram de ramo e têm investido mais no uso da tecnologia para se manter no mercado. O Sebrae também tem auxiliado os empreendedores com feiras e rodadas de negócios on-line. O grande impacto da retração nas vendas se deve, principalmente, ao fechamento do comércio devido ao agravamento da doença no país. Além disso, com o aumento do desemprego e a instabilidade econômica, muitas pessoas têm priorizado a aquisição de produtos considerados essenciais, abandonando neste momento os supérfluos. Neste ano, de acordo com previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve despencar 7,4%. No entanto, se houver uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus, essa queda da economia pode chegar a 9,1%. Essa retração tende a impactar também a renda da população e comprometer ainda mais o caótico quadro de desemprego. Resta torcer para que haja a cooperação da população e as atividades econômicas sejam retomadas de forma gradual para minimizar os efeitos da pandemia.