Desde o início da pandemia, o maior entrave enfrentado pelos micro e pequenos empreendedores tem sido a dificuldade de acesso a linhas de crédito para manter as atividades neste período de instabilidade e incertezas. Em Montes Claros, no Norte de Minas, nos últimos quatro meses em relação a igual período do ano passado, a procura por financiamentos na Assessoria de Crédito e Projetos da Associação Comercial e Industrial do município cresceu 200%.
Recente pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Nacional, feita com 6.080 donos de estabelecimentos, mostra que 60% deles buscaram empréstimos para assegurar o funcionamento dos negócios neste momento de pandemia, mas tiveram os pedidos negados. Além da dificuldade de acesso ao crédito, os empreendedores ainda enfrentavam outro agravante, que foi a queda significativa no faturamento. Quase 88% viram as entradas em caixa despencarem.
Desde o início da pandemia até agora, muitos empreendimentos tiveram as atividades suspensas, outros tiveram que mudar a forma de atuação no mercado, buscando mais as vendas virtuais, e foram obrigados a cortar funcionários e a suspender contratos de trabalho. No entanto, muitos empresários sequer vão conseguir sobreviver às incertezas e à falta de expectativa em relação ao ritmo de retomada dos negócios neste ano.
As linhas de crédito existem no mercado, tanto nas instituições públicas quanto privadas. Só para se ter uma ideia, o próprio governo liberou R$ 15,9 bilhões para o fundo de aval que vai garantir os empréstimos concedidos por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), cujos recursos já estão sendo disponibilizados por algumas instituições como o BDMG, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
Os recursos existem, mas nesse quatro de instabilidade no país, as instituições financeiras estão cada dia mais exigentes, o que dificulta ainda mais o acesso a essas linhas de financiamento. Dessa forma, é necessário que os governos busquem simplificar os processos de liberação desses recursos e invistam em políticas públicas que possam fomentar esses segmentos, evitando assim uma destruição de milhões de empregos no país.