Moradores da zona rural de Montes Claros estão abandonados à própria sorte. Há três meses a prefeitura não realiza o repasse de recursos para o pagamento da conta de energia de várias comunidades. Em três delas, a energia é responsável pelo funcionamento das bombas elétricas de dois poços artesianos, que garantem o abastecimento. Além disso, com a queda de uma ponte no distrito de Aparecida do Mundo Novo, em janeiro deste ano, produtores rurais têm sido obrigados a utilizar um desvio de seis quilômetros para o escoamento da produção na Ceanorte.
As comunidades carentes que dependem dos poços artesianos estão apreensivas com o possível corte da energia pela Cemig. Elas utilizam a água para beber, comer e nos afazeres dos lares. Para o custeio da energia, cada uma das 99 famílias teria que receber cerca R$ 26, dinheiro que era repassado às associações locais. No entanto, o Executivo Municipal tem alegado que a contabilidade fica complicada neste início de ano.
Já os produtores rurais que dependem da ponte no distrito de Aparecida do Mundo Novo estão sendo obrigados a arcar com custos mais elevados e gastar mais tempo para a entrega da produção na Ceanorte. Vereadores têm utilizado a tribuna da Câmara para cobrar do governo uma solução, mas até o momento não houve nenhuma manifestação da prefeitura.
Além disso, como o desvio tem sido feito por dentro de propriedades rurais, há um aumento da poeira e os donos dos terrenos temem que o gado fuja do local, pois as porteiras têm ficado abertas. O município sequer tem colaborado para jogar um cascalho no desvio.
Diante deste cenário de penúria vivido por vários comunidades rurais do município, cabe às autoridades locais exigir que o Executivo tome providências o mais rápido possível para solucionar os problemas, sob pena de muitas famílias ficarem à margem da dignidade.