A prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, flexibilizou a reabertura do comércio mesmo após a confirmação do sexto caso de Covid-19 no município e sem ter ainda a previsão de data para a instalação de dois hospitais de campanha, também anunciados pelo Executivo municipal. O número de casos suspeitos da doença na cidade já saltou para 1.493 e existem ainda 11 pacientes internados no município com coronavírus.

O decreto publicado ontem pela prefeitura municipal tornou obrigatório, assim como em Belo Horizonte, o uso de máscaras para quem sair às ruas, frequentar ambientes comerciais ou utilizar o transporte público. A flexibilização do comércio atingiu também os segmentos não essenciais, desde que utilizem o serviço de drive-thru, com o atendimento dentro do próprio veículo e um cliente por vez. Esta medida, no entanto, vem sendo duramente criticada, já que parte da população sequer possui carro.

O decreto liberou inclusive a realização de cultos e manifestações religiosas com duração de até 45 minutos, afastamento mínimo entre as pessoas de quatro metros e a presença de no máximo 30 fiéis no ambiente, com o uso de máscaras.

Desde que havia prorrogado o decreto impedindo que o comércio abrisse as portas até o próximo dia 30, o Executivo municipal vinha sendo alvo de intensas críticas do empresariado local, que vinha passando por dificuldades financeiras, com demissões e colocando em risco o funcionamento dos próprios empreendimento. Na última quarta-feira, várias entidades de classe recorreram à Câmara municipal para pedir ajuda aos parlamentares para tentar conseguir a flexibilização.

Neste momento de crescimento da doença no país – ontem já havia 3.670 mortes devido à pandemia e 52.995 casos confirmados – qualquer medida de afrouxamento do isolamento social, bem como de flexibilização do comércio, sem um retaguarda das autoridades sanitárias, como a anunciada pelo governador Romeu Zena na última quinta-feira, pode comprometer o enfrentamento da Covid-19. Todo cuidado é pouco.

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