A pedra já vinha sendo cantada desde que o governo federal anunciou a intenção de vender quatro usinas hidrelétricas da Cemig, e agora a pancada é confirmada. Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, aprovou ontem um aumento de 42,8% para o valor do patamar 2 da bandeira tarifária vermelha. Com o reajuste, a taxa extra cobrada nas contas de luz quando essa bandeira é acionada passará de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 kWh consumidos. E o consumidor deve ir preparando logo o lombo porque o novo valor passará a valer já a partir de novembro.
Como sempre, a medida vem acompanhada da desculpa da falta de chuvas, que, aliás, já começaram a cair em boa parte do Estado. Tudo bem que por enquanto é uma proposta que passará por audiência pública e poderá ser alterada em votação posterior, mas não deixa de ser uma ameaça fácil de ser consumada. O certo é que não faltam desculpas para enfiar as mãos nos bolsos cada vez mais vazios do cidadão.
A Aneel alega que a aplicação imediata do novo valor evita um déficit ainda maior na conta que arrecada recursos das bandeiras tarifárias, que já está no prejuízo. Os recursos são usados para cobrir o aumento no custo da geração de energia no país, que ocorre quando a falta de chuvas faz cair muito o nível dos reservatórios das hidrelétricas e é necessário acionar mais termelétricas, que geram energia mais cara.
Ora, será que com a quantidade de usinas com as quais já contamos ainda temos de ficar à mercê de termelétricas? Pode até ser mais fácil, mas é justo fazer sempre com que o consumidor pague o pato?