O que se espera de uma prefeitura é que ela conheça com detalhes toda a realidade do município. Saber se os bairros possuem calçamento ou não, se os postos de saúde prestam atendimento com eficiência aos pacientes ou se as escolas oferecem bom ensino a crianças e adolescentes, por exemplo, são condições essenciais para uma boa gestão, uma vez que, ao se conhecer os problemas, é possível traçar ações e políticas públicas para saná-los e, assim, proporcionar melhores serviços à população, que paga os impostos.

O ideal é que as autoridades responsáveis de cada área específica – seja da saúde, da educação ou dos transportes – confiram os problemas in loco. Saiam, portanto, do ar-condicionado dos escritórios e conheçam o calor da vida nas ruas. Em Montes Claros, essa lógica não é seguida, se tomarmos como exemplo a triste realidade denunciada pelos moradores do bairro Santa Eugênia.

Pelas ruas sobram buracos, valas, muita poeira no tempo seco ou lama no período das chuvas. As famílias que vivem no local alegam ter feito reclamações na Prefeitura, mas esta estaria ignorando o problema.

A alegação da administração é a de que nos registros da Prefeitura consta que todas as ruas do bairro são asfaltadas. Ou seja, ao que tudo indica, ninguém da prefeitura parece ter ido ao bairro para conferir de perto a realidade dos moradores que ali convivem com eterno sofrimento.

Toda essa situação de penúria encontra-se invisível para a gestão municipal, que mostra conhecer o bairro por meio de frios registros virtuais e, o mais lamentável, com dados que não condizem com a realidade local.

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