O cenário de desaceleração da economia e as medidas de restrição devido à pandemia do novo coronavírus têm deixado vários povos e comunidades tradicionais como quilombolas, indígenas, ciganos, circenses e vazanteiros em situação de maior vulnerabilidade econômica e social.
Hoje, em Minas Gerais, já são reconhecidos 17 segmentos e povos tradicionais, como os apanhadores de flores sempre-viva, artesãos de barro e tecelãs, catingueiros, congadeiros, extrativistas, faiscadores, garimpeiros e geraizeiros. No entanto, com as medidas de distanciamento e isolamento social impostas pela Covid-19, muitos trabalhadores ficaram totalmente sem renda ou têm recebido apenas para a sobrevivência.
É o caso, por exemplo, dos circenses, que tiveram a renda praticamente zerada com o fim dos shows em todo o interior de Minas. Da mesma forma, os artesãos e os catadores de flores sempre-vivas não estão tendo lugar para comercializar os produtos que confeccionam no dia a dia. Muitas comunidades e povos tradicionais do Estado sobrevivem única e exclusivamente da produção própria, que tem sido inviabilizada neste momento de crescimento da pandemia em todo o Brasil.
Hoje, muitos desses povos têm um histórico de vulnerabilidade imunológica e de baixos índices de desenvolvimento humano. É grande no meio desses segmentos os casos de doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes, anemia e desnutrição, o que os coloca mais em risco em relação à Covid-19.
Nesta semana, para minimizar essa situação de sofrimento dessas comunidades, o governo de Minas, por meio da Defesa Civil e Sedese, começou a distribuição de 5 mil cestas alimentares, que serão doadas inclusive no Norte de Minas. A concessão das cestas levou em consideração o elevado índice de vulnerabilidade das famílias. A quantidade será insuficiente, mas já mostra o compromisso de alguns segmentos para garantir a segurança alimentar dessas comunidades. Que iniciativas como essa ganhem força neste momento de insegurança e incertezas.