Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o próprio Ministério da Saúde recomendam medidas básicas de higiene – como lavar as mãos – para evitar a proliferação do coronavírus, em Montes Claros a população luta para ter acesso à água. O racionamento imposto pelo município tem deixado moradores de diversos bairros até dois dias sem o produto, o que tem dificultado a higienização, podendo inclusive ampliar os casos suspeitos de Covid-19 na cidade.

Até a noite de ontem, Montes Claros já registrava 24 casos suspeitos da doença, que tem se disseminado com uma velocidade intensa em todo o país. Na região, somente de quinta para sexta-feira, houve um aumento de 54% no número de casos suspeitos, saltando de 48 para 74.

Das 95 cidades que fazem parte da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), 89 já decretaram estado de emergência para evitar a disseminação da doença. A entidade suspendeu também o atendimento ao público e eventos na própria sede e recomendou que todos os municípios sigam as medidas preventivas adotadas pelo governo de Minas, que incluem a suspensão de atividades, reuniões, cursos e eventos com grande aglomeração de pessoas.

A situação dramática enfrentada pelos moradores de Montes Claros tem levado inclusive vereadores aliados da atual gestão a cobrarem do Executivo municipal o fim do racionamento. Até o fechamento desta edição, a prefeitura não se manifestou sobre o assunto.

No entanto, diante do risco de agravamento da doença no município e região, cabe às autoridades locais e ao próprio Ministério Público exigirem judicialmente o fim imediato do racionamento de água, sob pena de a população ter que pagar um custo muito alto, inclusive com uma eventual perda de vidas. A situação é urgente!

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