A agricultura familiar realmente é um importante pilar para a economia brasileira. Os números são impressionantes. Prova disso é que o setor produz cerca de 80% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira, como o leite (58%), a mandioca (83%) e o feijão (70%). Representa 84% de todas as propriedades rurais e emprega, pelo menos, cinco milhões de famílias.
Enquanto as grandes propriedades rurais são voltadas para produção de commodities, grãos que abastecem as indústrias e o mercado externo, ou seja, a monocultura, que é prejudicial para o solo e, consequentemente, para o meio ambiente, devido ao uso de uma quantidade muito grande de agrotóxicos, na agricultura familiar a produção é diversificada, realizada em pequenas propriedades, voltada para o mercado interno e com pouco ou nenhum uso de defensivos agrícolas.
Outra característica vantajosa é que esse segmento da economia agrícola não emprega uma grande quantidade de maquinários, algo mais comum nas grandes propriedades, o que acaba evitando a substituição do trabalhador do campo pelos equipamentos.
No Brasil, apenas 20% das terras agricultáveis pertencem aos pequenos produtores familiares, segundo dados do último Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo assim, a agricultura familiar é responsável por mais de 80% dos empregos gerados no campo, o que evidencia sua importância ao gerar renda local, fixar o homem no campo e diminuir, consideravelmente, as demandas nas cidades por saúde, educação, saneamento básico, dentre outras.
Mesmo com 1/5 das áreas agrícolas do Brasil, o segmento é responsável por cerca de 1/3 da produção total. Isso prova o grande índice de produtividade dos pequenos produtores.
A grande questão é a carência de incentivos públicos para esse setor, fator que dificulta a melhoria desses números. Sim, agricultura familiar é a verdadeira responsável pela geração de riquezas e de alimentos para o país. Promover o desenvolvimento socioeconômico e cultural das comunidades locais, incentivá-la é uma questão de bom-senso!