O projeto da Reforma Administrativa chega trazendo o pré-conceito de que funcionário público é obsoleto, não cumpre suas funções e atrapalha o serviço público. Para tanto, a ideia é retirar destes, que entraram nas instituições públicas através de concurso, a partir de muito esforço e muito estudo, todos os direitos, todos os benefícios, a começar pela estabilidade, o que significa que, por qualquer motivo, o servidor poderá perder o cargo.
É certo que muitos funcionários fazem jus à fama de não cumpridor de suas funções, mas é certo que praticamente 99,99% dos servidores atuam para garantir que o cidadão, para quem trabalham, seja atendido da melhor forma em suas demandas.
Nesse sentido, a Reforma Administrativa poderá provocar uma piora nos serviços, já que muitos apadrinhados se sentirão no direito de não comparecer para cumprir suas funções ou, ainda, a falta de estabilidade e a constante mudança de servidor em determinadas funções que são estratégicas podem levar à falta de continuidade dos trabalhos e, inclusive, a preservação da memória das atividades relacionadas aos muitos setores.
De acordo com o cronograma da Câmara dos Deputados, o projeto deverá ser votado ainda na primeira quinzena de setembro. Mas, ao que parece, no relatório do deputado relator imperou o bom senso e pontos importantes, que são fundamentais para que o serviço público no Brasil não seja politizado, como outros setores, foram preservados.
O mais importante é que o relator tem consciência de que se o texto do Poder Executivo fosse aprovado na íntegra, seria o esfacelamento do serviço público no país.
Que os demais deputados, responsáveis por votar a Reforma Administrativa, levem consigo para o dia da votação o bom senso, deixando de lado os interesses pessoais e políticos, focando apenas em fazer o melhor para o Brasil e para seus cidadãos.
Que o alerta do deputado relator possa chegar não apenas ao ouvido de todos, mas sobretudo, à consciência para que o servidor público possa de fato continuar a serviço do cidadão.