Um acontecimento inédito e muito especial foi a oportunidade que a Unimontes deu aos idosos de poderem participar de um vestibular especial para eles. A ansiedade estava em todos os rostos. A alegria de poder voltar aos bancos escolares ainda uma vez, tomava conta de todos. Uma segunda chance para aqueles que um dia sonharam em fazer um curso superior e por circunstâncias diversas, tiveram que ir adiando, pensando nos filhos, nos netos, no esposo ou esposa, que ainda precisavam dele.
Agora, aposentados, a família bem encaminhada, era a vez deles. Muitos alimentaram esse sonho desde crianças e vêem agora uma oportunidade de realizá-los. Não importa o resultado, mas o momento de estarem em uma sala de aula, caneta na mão, fazendo uma prova; de se sentirem crianças e jovens outra vez, valeu a pena. Fernando Pessoa, um dos maiores poetas de Portugal, assim diz: “Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.”
Numa época em que o idoso ainda é vítima do etarismo, do abandono, do desrespeito, da violência até mesmo de parentes que dele abusam, é louvável essa oportunidade que se abriu para ele. Apesar do Estatuto do Idoso, que lhe garante alguns direitos, ainda existem muitas discriminações.
No Século XXI, o idoso ativo encontra-se apto a lidar com as novas tecnologias, mesmo com limitações físicas. Pode-se citar vários exemplos, como o Dr. José da Silva Martins, pai do maestro João Carlos Martins e do Dr. Yves Gandra Martins, que lançou o seu primeiro livro aos 84 anos e aos 100 anos aprendeu computação.
Nos corredores da Unimontes havia uma certa euforia por parte dos candidatos, mesmo concorrendo a apenas a duas vagas em cada área, pela feliz escolha do tema da redação, e ainda por saberem que essa oportunidade se repetirá a cada ano. O que quer dizer que quem não conseguir aprovação dessa vez, pode continuar tentando. Como diz o adágio popular: “A esperança é a última que morre.”
A Unimontes está de parabéns por essa brilhante iniciativa, que deverá ser copiada por outras instituições.